segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Um poema de Drummond


POEMA DE SETE FACES

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tantas pernas, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
quase não conversa,
Tem poucos, raros amigos
e homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

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Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade

"Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar."



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